Black Friday de 2020 será a mais digital da história, mas terá menos descontos

Fonte: Mercado e Consumo

A Black Friday de 2020 será a mais digital da história do Brasil, aponta uma pesquisa feita pela empresa de estudos de mercado GfK. De acordo com a pesquisa, 28% dos consumidores compraram pela internet na Black Friday de 2018 e, em 2019, o índice aumentou para 33%. Neste ano, o porcentual de pessoas fazendo compras online entre maio e agosto já era de 43%, o que aponta para o aumento do uso desse canal também na tradicional data de descontos, que neste ano será em 27 de novembro.

Se esse índice for confirmado, essa será a Black Friday mais digital já realizada no Brasil. Entre os motivos, está a aceleração do crescimento do canal por causa das medidas de isolamento social e do fechamento das lojas em meio à pandemia de Covid-19. A isso se soma, segundo a GfK, a própria disposição do consumidor, que pretende privilegiar a compra online durante o evento.

“A Black Friday sempre foi marcada por muitas promoções e buscas online, mas os brasileiros ainda compram muito na loja física. Neste ano, a venda online está em alta, e será maior na data”, afirma o diretor-geral da GfK para a América Latina, Felipe Mendes. Segundo o estudo, mais de metade dos consumidores, ou 54% dos entrevistados, pretende trocar as compras nas lojas físicas pelas online.

A pesquisa também aponta que 91% dos consumidores querem fazer pelo menos uma compra na Black Friday de 2020. Por outro lado, 44% afirmam ter menos dinheiro para gastar na comparação com 2019, e 71% esperam comprar o que precisam pagando menos.

Menos descontos e menos aglomerações

Nesse sentido, as empresas se veem diante de um desafio. Com a alta de dólar e a escassez de alguns insumos já apontada pela indústria, o varejo não deve oferecer descontos tão expressivos neste ano, segundo a GfK. “Além disso, o próprio varejo está diluindo as promoções para evitar aglomerações nas lojas”, pontua Felipe Mendes.

Para ele, os descontos mais expressivos devem ser percebidos em segmentos que tiveram as vendas represadas nos últimos meses, como o de roupas e de viagens. “Mas, especialmente no caso de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, o nível de estoque está baixo, porque muitos consumidores já fizeram compras ao longo dos últimos meses. Micro-ondas, aspiradores de pó, geladeiras e fogões foram muito vendidos, inclusive para a população de renda mais baixa, por causa do auxílio-emergencial concedido pelo governo.”

O estudo da Gfk mostra que, no caso de eletroeletrônicos, 35% dos produtos tiveram descontos superiores a 5% em 2018. Em 2019, foram 41%. Em agosto último, a previsão era de que esse índice não passasse de 26%.

Compartilhar